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domingo, 28 de novembro de 2021

[0218] Livro famoso sobre (ou contra) Florbela Espanca, do padre José Augusto Alegria

O livrinho tem 176 páginas, numa edição do Centro de Estudos "D. Manuel Mendes da Conceição Santos", Évora, e foi composto e impresso na Tipografia Ala Esquerda, de Beja, em 21 de Dezembro de 1955. Há 66 anos, portanto. Com prefácio, 11 capítulos e cinco páginas e meia de "palavras finais", é um ataque descabelado ao busto de Évora da poetisa (escultura de Diogo de Macedo e pedestal do arquitecto Jorge Segurado) e à própria, em geral. O cónego Alegria, homem erudito, de longa bibliografia e musicólogo de prestígio (é dele, por exemplo, o livro "História da Capela e Colégio dos Santos Reis de Vila Viçosa, ed, Fundação Gulbenkian, 1983), desancou nesta obra cuja capa abaixo reproduzimos a poetisa calipolense que não podia "ver" nem pintada!... Coisas!... Ainda assim, está bem escrito e a leitura é bastante divertida...

O exemplar conserva a cinta original. Custava 17$50, na altura da sua saída e ostenta o seguinte "Aviso prévio":

     A leitura deste livro é reservada aos cristãos com fé.

     Aos cristãos sem fé, servirá de revulsivo e por isso não é de aconselhar.

     Aos outros, aos sem fé nenhuma, filhos legítimos ou bastardos de todas e quaisquer ideologias chamadas libertadoras, a todos se avisa do perigo desta leitura.

Antes disso, a seguinte dedicatória:

     Às mães e filhas de todos aqueles para quem este livro não for um escândalo.


[0217] Florbela "maguada"... cada vez mais valiosa

O "Livro de Mágoas" de Florbela Espanca, editado em 1919 na Tipografia Maurício (Lisboa), saiu com título grafado como "Livro de Máguas". Eis o preço que hoje atinge (leilão recente). Esperemos que alguns calipolenses tenham esta edição. Se assim for... estão de grande!


 


[0216] Pequenas histórias "florbelianas"

O túmulo de Florbela Espanca, não sendo peça de elevado nível artístico, é no entanto perfeitamente digno e de modo algum envergonha os pergaminhos da poetisa e da terra em que esta veio ao mundo. Simples e discreto, cumpre a função a que o destinaram, engrandecido pela qualidade do belo mármore que lhe dá forma. Porém, a inscrição "Aqui jaz Florbela Espanca" nasceu com um acento a mais em "jaz". Em data incerta, mas anterior a Dezembro de 2006 (altura em que fizemos a foto que se pode observar no post anterior), pedimos à autarquia da altura que emendasse o incomodativo erro, o que de pronto foi efectuado, repondo-se assim a ortografia correcta que o anterior "jáz" feria, ainda mais em morada eterna de gente de escrita...

Na mesma altura, e relativo ao mesmo espaço fúnebre, fizemos pedido contrário: que fosse colocado um acento em "Magoas" que passou finalmente a "Mágoas" - o que também foi respondido de modo afirmativo pela autarquia. Assim, pouco depois, para além de se ter raspado o acento a mais, colocava-se o que estava a menos. Acontece que neste caso o trabalho revelou-se de pouca profundidade - ou seja, poucos anos após, a tinta da pintura do acento pouco escavado, com muito sol e chuva em cima, já estava praticamente  desaparecida. O que acontecerá, após a actual limpeza? Aqui fica a nota, pelo menos, para quem a quiser ler... e actuar em conformidade.

Foto Rádio Campanário

Foto Rádio Campanário (pormenor)

[0215] Limpeza do túmulo de Florbela Espanca

O AVV aplaude vivamente a meritória iniciativa do Município de Vila Viçosa que não é a primeira, mas que já estava a ser necessária e aproveita para fazer um exercício de imaginação:

Foto Joaquim Saial, 24.12.2006


Imaginemos!...

Imaginemos que os "Adoradores de Florbela de Freixo de Canhão às Costas" vão a Vila Viçosa e se lembram de colocar uma placa sobre o seu túmulo, a comemorar a visita…

Imaginemos que os "Amigos de Florbela de Sarilhos Enormes" vão a Vila Viçosa e se lembram de colocar uma placa sobre o seu túmulo, a comemorar a visita…

Imaginemos que os "Admiradores de Florbela de Alguidares de Baixo" vão a Vila Viçosa e se lembram de colocar uma placa sobre o seu túmulo, a comemorar a visita…

Imaginemos que os "Seguidores de Florbela de Vila Velha de Idosos" vão a Vila Viçosa e se lembram de colocar uma placa sobre o seu túmulo, a comemorar a visita…

Imaginemos que os "Fanáticos de Florbela da Aldeia dos Poetas" vão a Vila Viçosa e se lembram de colocar uma placa sobre o seu túmulo, a comemorar a visita…

Imaginemos que mais 346 grupos de amigos de Florbela com a mesma ideia (de Portugal e quiçá do Burkina Faso ou da Mongólia) visitam o seu túmulo...

Imaginemos!...

Imaginemos!...

Imaginemos!...

E por aqui nos ficamos…

terça-feira, 23 de novembro de 2021

[0213] Casos de Vila Viçosa (3): onde está (isto é, quando estará) o monumento aos 12 mortos naturais do concelho de Vila Viçosa na Guerra do Ultramar?

[0212] Lançamento do n.º 27 da Revista de Cultura "Callipole", dia 5 de Dezembro de 2021


Texto de Joaquim Saial: pela primeira vez, um estudo onde se dá a conhecer o conjunto de mais de 80 militares calipolenses que lutaram em França durante a 1.ª Guerra Mundial, com suas grandezas e misérias, algumas delas bem divertidas.

CALIPOLENSES NA GRANDE GUERRA
CONDECORAÇÕES, LOUVORES, PUNIÇÕES E OUTROS FACTOS ALUSIVOS AOS MILITARES NATURAIS DE VILA VIÇOSA INSERIDOS NO CORPO EXPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS A FRANÇA



domingo, 21 de novembro de 2021

[0211] Mesmo vazias, matam a sede da saudade

[0210] Arquitecto Nuno Portas, no Cine-Teatro Florbela Espanca - Foto CMVV (21.12.2004), possivelmente no lançamento da Revista de Cultura "Callipole", n.º 12


[0209] Quando a Câmara Municipal comprou um carro para transportar os bifes e as costeletas que os calipolenses comiam...


Fomos investigar  e descobrimos que a viatura acima indicada foi adquirida à empresa Faustino José Caeiro Jr. Lda., sita na Rua do Raimundo, Évora, e que se tratava de uma FK 1250, ou seja, uma viatura Ford Transit Taunus FK 1250. Como não foi assim há tanto tempo, pode ser que alguns calipolenses ainda se lembrem dela. Segue uma imagem retirada da internet, com uma prima da dita...

[0208] Nem mais!... E para que se saiba!...


[0207] Padre Lopes Manso, um beirão quase calipolense


Notícia da sua morte, no "Diário de Notícias" do Rio de Janeiro, Brasil, em 12.10.1933

[0206] Bom emprego... em Abril de 1956

terça-feira, 9 de novembro de 2021

[0205] Mostrado no post 134, repetimos agora a publicação de um desdobrável (2018) com três textos até aí inéditos de Rui Caeiro e o seu autógrafo (ver post anterior, com outro autógrafo do autor)

É de Março de 2018 e foi obtido por aquisição numa livraria de Almada, já autografado, exemplar nº. 47 de 100 existentes.




[0204] Um amigo calipolense, que prefere o anonimato, enviou-nos esta imagem de um livro autografado e a si dedicado, pelo escritor Rui Caeiro

Trata-se de "Olhar o nada, ver Deus", obra publicada pela Averno, em Abril de 2003. 

Um excerto, quase no final:

É fácil escrever um livro. É só guardar na boca uma palavra, tocar-lhe com a língua como se fosse um rebuçado. Ou repeti-la muitas vezes e esperar (repetir muitas vezes é capaz de ser um tanto pleonástico, mas um livro e um pleonasmo). Depois, o tempo. O tempo a passar-lhe por cima, como se fosse vento a passar. E por fim o livro: desdenhável, ridículo até - mas incontornável. E Deus não é chamado ao caso. Coitado, nem deu por nada.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

[0203] A obra completa do advogado, editor e escritor calipolense Rui Caeiro

Obtivemos o livro logo que saído, mas só agora se proporcionou mostrá-lo no AVV. De 2019, com 798 páginas, apresenta-se em edição cuidada (e mais ou menos definitiva), da Maldoror. "O Sangue a Ranger nas Curvas Apertadas do Coração", diz bem do final dramático deste significativo autor de Vila Viçosa, que na sua terra praticamente ninguém conhece. 

É no entanto figura com um sentido crítico arguto (e na maior parte das vezes acertado sarcasmo), um dos que melhor souberam ler a alma da urbe paçã e da sua gente. Pelo nascimento e pelo que escreveu sobre a terra natal, é de facto um escritor calipolense a descobrir ou a redescobrir. Rui Caeiro nasceu a 27 de Junho de 1943 e faleceu a 29 de Janeiro de 2019. A sua biografia pode ser vista AQUI.



segunda-feira, 1 de novembro de 2021

[0202] Mais um calipolense a ter em conta: o coronel de Artilharia, Jorge Manuel Piçarra Mourão

Recebemos hoje informação através de voz amiga (e familiar) calipolense, da existência deste natural de Vila Viçosa, nascido em Abril de 1942 e infelizmente já falecido (em data que desconhecemos, mas cujo falecimento descobrimos AQUI - clicar depois à esquerda, em "Os que já partiram"). Militar do Exército português, participou em várias comissões de serviço na Guiné e em Angola. Com uma brilhante folha de serviço, é autor de dois livros sobre a temática da guerra colonial e atingiu o posto de coronel. 

A sua biografia pode ser consultada AQUI.

 "Guiné, Sempre! (Testemunho de uma guerra)",
Coimbra, Quarteto Editora, 2001,
174 páginas 

"Da Guiné a Angola (O fim do Império)",
Coimbra, Quarteto Editora, 2004,
176 páginas