Trata-se de "Olhar o nada, ver Deus", obra publicada pela Averno, em Abril de 2003.
Um excerto, quase no final:
É fácil escrever um livro. É só guardar na boca uma palavra, tocar-lhe com a língua como se fosse um rebuçado. Ou repeti-la muitas vezes e esperar (repetir muitas vezes é capaz de ser um tanto pleonástico, mas um livro e um pleonasmo). Depois, o tempo. O tempo a passar-lhe por cima, como se fosse vento a passar. E por fim o livro: desdenhável, ridículo até - mas incontornável. E Deus não é chamado ao caso. Coitado, nem deu por nada.
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