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quarta-feira, 2 de março de 2022

[0273] Um convite tentador (e capuchinho)...

Documento gentilmente cedido pelo nosso amigo e patrício, pintor Augusto Casaca

Tratava-se de uma jantarada, patrocinada por António Carlos da Silveira Meneses (1855-1919, segundo o site Geneall - https://geneall.net/es/name/126128/antonio-carlos-da-silveira-menezes/), com a finalidade de solenizar o arranque dos trabalhos do prolongamento da linha férrea de Estremoz a Vila Viçosa, hoje desactivada. E onde seria o repasto? Nem mais, nem menos, que no extinto Convento dos Capuchos. Isto, em Agosto de 1904.

Quem era então, o Silveira Menezes? Tratava-se do sócio n.º 5 do Clube Literário e Recreativo de Vila Viçosa, e, no dizer de Armando Quintas (Revista de Cultura Callipole, n.º 21, 2014), "marido de Guiomar da Silveira Menezes" e "grande lavrador de Vila Viçosa e São Romão".

Por altura deste jantar, com cerca de 54 anos, o nosso homem estava prestes a casar (no ano seguinte) com a dita D. Guiomar Namorado de Aguiar (depois, da Silveira Menezes), que tinha 34 anos, portanto uns 20 menos que o noivo.

Segundo o Padre Joaquim Espanca, em 1888 o Menezes era o mordomo do Senhor da Piedade (Convento dos Capuchos), convento que ainda estava na posse da Fazenda, porque ninguém o queria comprar. Diz também o douto sacerdote que a Fazenda arrendava por 50 a 60 mil reis anuais as casas do complexo. Não admira portanto, que sendo o Menezes "tha man in charge" no antigo sítio fradesco, ali fizesse a jantarada comemorativa do início das obras dessa saudosa linha férrea, hoje falecida e em que ele estaria mais que interessado, como agricultor necessitado de escoamento dos cereais que nas suas propriedades se produziam.

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